Relator da comissão e deputado AlessandroMolon (Foto: Leonardo Prado/Agência Câmara)
A alteração a que ele se refere diz respeito à neutralidade, um dos pontos centrais defendidos pelo congressista. A ideia é que não haja diferenciação entre os vários agentes que compõem a rede, como usuários e empresas.
“A garantia da neutralidade é essencial para evitar que não haja discriminação devido a origem, destino ou conteúdo das informações. Se um provedor tem o poder de controlar o fluxo dos dados, ele pode começar a cobrar taxa extra ou manipular o serviço para obter vantagens econômicas”, disse, citando o exemplo do Skype, cujos usuários poderiam enfrentar problemas de acesso caso houvesse concessão de benefícios às empresas de telefonia. "Além disso, ela é determinante para a inovação tecnológica”, complementou o petista, que destaca como outros dois principais itens do projeto a proteção à privacidade do usuário e a liberdade de expressão.
Na outra ponta da corda estão grandes corporações, como bancos, empresas de comunicação e telefonia, que querem ter uma banda prioritária para a prestação de serviços, sob pretexto da grande demanda a qual são submetidas. Na defesa desse posicionamento está o deputado Eli Correa Filho (DEM-SP), que sustenta a neutralidade como algo diferenciado. Para ele, isso capacitaria os cidadãos a escolherem o preço a ser pago pela Internet de acordo com a sua utilização.
Mesmo com mais esta prorrogação, a expectativa de Molon é que o PL, que tramita em caráter de urgência, vá para o Senado ainda este ano. “O Marco Civil é um projeto pioneiro no mundo inteiro, e de fundamental importância para estabelecer os direitos e deveres de usuários e empresas no ambiente online. Ele será como uma Constituição para a Internet, sob a qual serão abrigadas leis que tratarão de aspectos específicos", disse o deputado.
Google, Facebook e Mercado Livre apoiam projeto
Nesta terça-feira (18), as empresas Google, Facebook e Mercado Livre publicaram, em conjunto, uma carta pública de apoio ao Marco Civil da Internet. Nela, as companhias citam sete pontos cruciais da proposta, como a salvaguarda de responsabilidade, que exime os provedores de obrigações quanto ao conteúdo publicado pelo usuário.
Naturalmente, como esta é uma perspectiva que favorece as companhias, a defesa é contundente. No documento, as empresas afirmam: “Diversos fatores econômicos, sociais e jurídicos justificam a isenção de responsabilidade para provedores, pois do contrário haveria retração do uso de ferramentas e plataformas online, com prejuízos diretos aos usuários.” A questão, no entanto, gera polêmica entre membros do universo jurídico, que consideram que a medida pode dificultar as investigações de crimes virtuais.
via techtudo


