Porém, a exemplo de outras áreas, a oferta de pessoas qualificadas para atuar não acompanhou a expansão do setor. "A principal diferença dos gringos para nós é que lá eles são uma indústria com especialistas. Aqui, ainda somos artesãos e generalistas", diz ricardo Laganaro, 33 anos, diretor de filmes e coordenador do departamento de 3D e efeitos especiais da O2 Filmes.
Há dois anos a área comandada por ele não existia. Outro fator que explica o aumento da demanda por artistas de efeitos gráficos é a expectativa de crescimento da produção de filmes nacionais. Em 2002, o país lançou apenas 30 fitas, ante 99 em 2011. "A gente renegava qualquer forma de cinema que se assemelhasse a Hollywood.
Hoje, se percebe que é legal ter um filme bem produzido", diz alceu Batista, 41 anos, sóciofundador da Vetor zero, maior produtora brasileira, especializada em efeitos especiais. a qualificação passou a ser mais valorizada. "Quem tem condições estuda o básico aqui e se aperfeiçoa no exterior." No Brasil, o salário de um modelador generalista pode variar de 3.000 a 15.000 reais.
Nos Estados Unidos, um diretor técnico de efeitos especiais pode ganhar até 8.000 reais por semana, e um modelador de 3D para animação, até 3.500 reais. Para quem se interessou em fazer carreira nesse mercado, uma boa notícia: no mês passado começou a operar no Brasil a axis, primeira escola internacional de arte digital, que trouxe os mestres estrangeiros para lecionar no país. Fica a dica.
Para saber mais - A Axis, centro de formação de profissionais que trabalham com computação gráfica e efeitos especiais, começou a operar no Brasil em abril. A escola é uma parceria entre dois centros de excelência no assunto, a brasileira School of Art, Game and Animation (Saga) e a americana Gnomon School of Visual Effects.
O responsável por tocar a operação no Brasil é o baiano Alessandro Bomfim, de 34 anos. A Gnomon tem reputação por formar alunos que saem de lá empregados. A escola fechou 2011 com 97% dos formandos com emprego. "A vinda da Gnomon é o resultado de muita persistência e convencimento", diz Alessandro. Um dos pré-requisitos para os cursos de dois anos da Axis, que custarão cerca de 52 000 reais, é falar bem inglês.