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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Seja um profissional de efeitos especiais

São Paulo - Há algum tempo, os efeitos especiais de filmes de ficção científica e de games invadiram os outros gêneros do cinema, e até a publicidade, criando um mercado para os profissionais de computação gráfica. Nos últimos anos, esse segmento vem recrutando cada vez mais gente. Para ter uma ideia, mais da metade do filme Chico Xavier (2010), do diretor Daniel Filho, é puro efeito especial, trabalho que requer capacitação.
Porém, a exemplo de outras áreas, a oferta de pessoas qualificadas para atuar não acompanhou a expansão do setor. "A principal diferença dos gringos para nós é que lá eles são uma indústria com especialistas. Aqui, ainda somos artesãos e generalistas", diz ricardo Laganaro, 33 anos, diretor de filmes e coordenador do departamento de 3D e efeitos especiais da O2 Filmes.

Há dois anos a área comandada por ele não existia. Outro fator que explica o aumento da demanda por artistas de efeitos gráficos é a expectativa de crescimento da produção de filmes nacionais. Em 2002, o país lançou apenas 30 fitas, ante 99 em 2011. "A gente renegava qualquer forma de cinema que se assemelhasse a Hollywood.
Hoje, se percebe que é legal ter um filme bem produzido", diz alceu Batista, 41 anos, sóciofundador da Vetor zero, maior produtora brasileira, especializada em efeitos especiais. a qualificação passou a ser mais valorizada. "Quem tem condições estuda o básico aqui e se aperfeiçoa no exterior." No Brasil, o salário de um modelador generalista pode variar de 3.000 a 15.000 reais.
Nos Estados Unidos, um diretor técnico de efeitos especiais pode ganhar até 8.000 reais por semana, e um modelador de 3D para animação, até 3.500 reais. Para quem se interessou em fazer carreira nesse mercado, uma boa notícia: no mês passado começou a operar no Brasil a axis, primeira escola internacional de arte digital, que trouxe os mestres estrangeiros para lecionar no país. Fica a dica.
Para saber mais - A Axis, centro de formação de profissionais que trabalham com computação gráfica e efeitos especiais, começou a operar no Brasil em abril. A escola é uma parceria entre dois centros de excelência no assunto, a brasileira School of Art, Game and Animation (Saga) e a americana Gnomon School of Visual Effects.
O responsável por tocar a operação no Brasil é o baiano Alessandro Bomfim, de 34 anos. A Gnomon tem reputação por formar alunos que saem de lá empregados. A escola fechou 2011 com 97% dos formandos com emprego. "A vinda da Gnomon é o resultado de muita persistência e convencimento", diz Alessandro. Um dos pré-requisitos para os cursos de dois anos da Axis, que custarão cerca de 52 000 reais, é falar bem inglês.