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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Aluna pode ser expulsa por se recusar a usar ‘crachá com localizador’

Uma aluna do ensino médio americano pode ser expulsa do colégio por se recusar a usar um cartão que permite a escola monitorar sua localização no campus. O afastamento foi decretado na última semana, mas Andrea Hernandez, moradora de San Antonio, no Texas, conseguiu uma liminar que adia a decisão.
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Cartão com localizador via rádio é usado para registrar presença dos alunos (Foto: Reprodução/Northside Independent School District)Cartão com localizador via rádio é usado para registrar presença dos alunos (Foto: Reprodução/Northside Independent School District)
A estudante se recusou a usar o cartão por motivos religiosos e de privacidade. Representantes do distrito entraram em contato com a família com a proposta de retirar o radiotransmissor dela, desde que eles apoiassem o programa. Hernandez aponta que os estudantes que se recusarem a usar os cartões não podem acessar a cafeteria, a biblioteca e comprar ingressos para atividades extracurriculares. Eles também não podem votar na eleição de rei e rainha do baile da escola. Ela também alerta que os professores estão exigindo que os alunos usem os cartões para poder ir ao banheiro.

O distrito escolar de Northside Independent começou a distribuir os cartões no início do semestre. Ele possui um sistema de identificação por frequência de rádio (conhecido como RFID) e um código de barras associado com o número do Seguro Social do estudante. A tecnologia não é novidade: experiências semelhantes foram feitas em outras escolas do país, como na Califórnia e também no Texas. O sistema custou cerca de US$ 500 mil (R$ 1 milhão) e exige manutenção anual de US$ 136 mil (R$ 285 mil). Com o aumento da presença dos alunos, a expectativa de arrecadação do distrito é de US$ 1,7 milhão (R$ 3,6 milhões).
Como outras escolas financiadas pelo estado, o orçamento do distrito está ligado com a frequência dos alunos. Quando eles não estão na sala durante a chamada, o distrito não recebe o financiamento porque não há como saber onde o estudante estava. O rastreamento por rádio burla esta limitação, pois os alunos são considerados presentes se o seu cartão for identificado.
Várias entidades criticaram a medida alegando que ela desumaniza os alunos e a equipe, além de trazer problemas para a liberdade de expressão e possui potencial de abuso por hackers. O Instituto Rutherford, uma ONG que defende os direitos humanos e as liberdades civis, não gostou da ação. "Existe algo perturbador na insistência deste distrito em obrigar alunos a aceitar programas que não têm relação alguma com prioridades acadêmicas, apenas com engrossar os cofres das escolas”, afirmou o presidente do instituto, John Whiehead.

via techtudo