Rss

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Cientistas criam computador que armazena e processa dados ao mesmo tempo

Cientistas das Universidades da Califórnia e Carolina do Sul, nos Estados Unidos, trabalham em um computador que promete reproduzir uma das capacidades mais fascinantes do cérebro humano: o poder de armazenar e processar informações ao mesmo tempo, em uma nova forma de computação, batizada de memcomputação (memcomputing, no inglês). Computadores armazenam dados e só os processam conforme solicitação da CPU, enquanto o cérebro processa memórias conforme as retém.
Intel já investiga o funcionamento de processadores que se assemelhem ao cérebro (Foto: Reprodução)Intel investiga o funcionamento de processadores
que se assemelhem ao cérebro (Foto: Divulgação)
Essa limitação dos computadores eletrônicos ganhou até um nome: chama-se Gargalo de von Neumann. Em resumo, a energia e tempo gastos por um computador no resgate de alguma informação armazenada para processamento posterior é o grande responsável pela sua incapacidade em superar o desempenho do cérebro.
A saída para o problema pode ser o uso de novos materiais, recentemente descobertos, e que oferecem a capacidade de reter e processar dados simultâneamente. Esses materiais podem ser aplicados para a manufatura de memresistores, memcapacitores e memindutores, componentes eletrônicos fundamentais que armazenam dados, enquanto desempenham as funções de resistores, capacitores e indutores.

A pesquisa dos cientistas norte-americanos se debruça sobre o enorme trabalho de condensar o que se sabe sobre a memcomputação para criar uma lista de propriedades dos elementos que aproximariam o computador do desempenho do cérebro. Eles definiram que os elementos precisam processar e armazenar informação ao mesmo tempo e funcionar em rede, em um sistema em que todos os integrantes tenham a mesma relevância (mais ou menos como a rede neural do cérebro). Além disso, eles devem apresentar resistência a estresse mecânico e capacidade de guardar informações por longos períodos de tempo.
Memcomputação é algo que cientistas previram teoricamente em 1970 e que, à luz dos recentes avanços na pesquisa de materiais em nanoescala, se torna cada vez mais possível. A própria Intel, em junho desse ano, revelou um projeto de um processador neuromórfico, com o intuito de criar computadores mais semelhantes ao cérebro humano.
via techtudo